quinta-feira, janeiro 06, 2011

Queridos Reis Magos,

Hoje, 6 de janeiro, é dia de comer romãs e aproveitar para pedir a vocês amor, saúde, paz e dinheiro. Eu sei que é muita coisa para pedir. Mas acontece que eu estou tão desacredita em Papai Noel, que não custa nada seguir os conselhos da minha avó, comer a tal fruta e guardar três caroços dentro da carteira. Acho que o bom velhinho tá pra lá de bagdá, não consegue mais dar conta do serviço no Natal. Também pudera, um calor danado no Rio de Janeiro, aquela roupa quente, botas, o trenó dando defeito toda hora (é, o transporte vai de mal a pior aqui na cidade), e um monte de gente dizendo "Papai Noel quero isso, Papai Noel quero aquilo". É complicado, realmente. Esse ano eu resolvi dar uma folga ao bom velhinho. Não pedi nada. Só agradeci. Agradeci por tudo que recebi. E por incrível que pareça, eu comecei o ano bem mais leve, com um ótimo astral. Já vocês três, eu não vou poupar. Vocês, que vivem se encontrando por acaso, podem muito bem me ajudar. Quero atrair muita energia boa. Ter mais fé. Acreditar nas pessoas. Saúde. Mandar meu amor aos quatro ventos. Viver a minha vida de forma simples e mais leve. É pedir muito?

segunda-feira, março 31, 2008

A 'velha' Camillinha.

Não apenas brasileira. Sou Carioca, sou Vascaína, sou da Beija-Flor. Sou neguinha, sou perigosa, sou 'macumbeira'. Mas sou da paz... e do bem mais! Sou vaidosa! Me arrumo, me enfeito, me ajeito. Até interrogo meu espelho. Mas porque sou SOLTEIRA. Solteira no Rio de Janeiro... Em qualquer praia, em qualquer outro lugar... No mundo inteiro! Até mesmo na loucura de Nova York. Principalmente na loucura de Nova York! E mesmo sendo o Rio de janeiro o meu Doce Lar...

Quem dera se eu fosse marinheiro...

Pra viver na imensidão e no mar!

Sem buscar conforto, nem querer juntar dinheiro...

Apenas um AMOR em cada porto!

"Talvez por eu não ter descoberto ainda se é moderno ou careta querer apenas um amor eterno."

Mas ainda assim, continuo a mesma menininha de sempre. A Camillinha, agora Camillissima! Que ainda não sabe dançar forró e nem a jogar sinuca. Mas que já tem algumas boas estórias para contar!

________________________________________

Escrito por mim há algum tempo atrás.

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Na costa leste americana...

O que era um ponto final acabou tornando-se reticencias...

Passagem cancelada para o Brasil.

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Seja quente ou seja frio...

Um ano se passou desde que cheguei aqui em Los Angeles. Minha vida vai se esgueirando pelos altos e baixos do 'American Way of Life' de uma forma quase patética. Os sentimentos estão à flor da pele. Gritando. Explodindo. A razão brigando com a emoção. A emoção querendo ser dona da razão. A saudade em constante evidência. A carência aumentando. A solidão maltratando-me. A necessidade de querer algo APAIXONANTE escravizando-me. O prazer do amadurecimento. A euforia. O medo. O caos!

SENTIR.

Já parou para pensar no peso dessa palavra?

As pessoas morrem por um sentimento, vivem por um sentimento, buscam prazer por um sentimento. Iludem-se. Enganam-se. Alimentam-se de um sentimento. Crescem, trabalham, planejam, matam. Tudo gira em torno do que sentimos. Pautamos nosso presente e futuro através do que sentimos agora ou do que já sentimos um dia.

Amor. Ódio. Inveja. Saudade! Culpa. Medo. Felicidade. Arrependimento. Desejo. Entre tantos outros sentimentos, manipulam a gente, tomando conta do nosso ser. Separar o que é o bom do mau, o que é real de uma ilusão, uma loucura do que é saudável. Não é fácil. Especialmente para pessoas impulsivas e compulsivas como eu.

Nada é certo, tampouco errado. Tudo depende do que estamos sentindo. Tudo depende de quão normal ou insanos nós somos. E eu vivo no meio dessa batalha.

Uma das coisas que mais agoniantes da minha vida é a falta de uma paixão. É claro que sou apaixonada por muitas coisas, tais como escrever, música, livros, chocolate, beijo, afagos, entre outras coisas.

Mas o fato de não ser apaixonada por alguém, de fato, me incomoda. E muito! A saudade de alguém que me tire o folêgo, que acelere minha respiração, que me surpreenda e encante é imensa. Ultimamente tenho colecionado romances falidos. E isso é frustrante. Tenho estado sozinha, e por opção. Não. Não estou à procura do princípe encantado. Só estou fugindo de pessoas mornas. Isso! Pessoas mornas. Atrevo-me a dizer, pessoas normais. Quero conhecer um heartbreaker, uma pessoa que me atropole, que me devaste, e é claro, que me ajude a levantar.
Sim, sou complicada. E não-normal.

segunda-feira, dezembro 31, 2007

Papai do Céu,

Em algumas horas vamos estar celebrando a chegada do Novo Ano. Que ele traga muitas cores, sorrisos, alegrias e emoções para minha vida e para todos aqueles que eu amo!

Obrigada por ter estado comigo a cada segundo desse ano que está terminando, obrigada pelos momentos bons e ruins, pelas lágrimas e pelas gargalhadas, obrigada por ter colocado pessoas sensacionais no meu caminho, por ter mostrado-me o valor da vida, da família, dos amigos, do meu país.

Amém.

Muitos AFAGOS e CHAMPAGNE para todos nós.

sábado, dezembro 01, 2007

Cidade dos Sonhos

Depois de dois anos vivendo nos Estados Unidos, divididos entre Connecticut e Los Angeles, decidi voltar para Casa. Pois é, é com muita firmeza que eu vou tomar o rumo de volta ao Rio de Janeiro. Após dois intensos anos de muitas experiências e aprendizado meu coração, juntamente com a minha razão, pedem calorosamente para retomar a vida que deixei no Brasil. Tenho certeza de que não será nada fácil a readaptação, que existirão vários empecilhos no caminho, que a vida que eu deixei há dois anos atrás já não existe mais. Novos problemas, novos contextos. Mas é com a mesma certeza que digo que a minha determinação e força de vontade vão abrir caminhos, portas e até janelas. A Camilla que está voltando é diferente. É uma Camilla cheia de novas estórias para contar, que passou momentos incríveis, bons e ruins. Uma Camilla que teve a oportunidade de conhecer um mundo novo, uma realidade nova. Uma Camilla que viajou, conheceu, aprendeu, amadureceu. Fez novos amigos, da França ao Japão. Que aprendeu a falar inglês, limpar o banheiro, lavar roupa. Uma Camilla que trabalhou Natal, Ano Novo, Carnaval, Aniversário. Que aprendeu a viver com uma imensa dor no peito e, que mesmo assim, soube sorrir em todas as situações. Mas, a hora de ir embora chegou. Eu sou uma pessoa romântica. Romântica no sentido de idealismo, de sonho. Romantismo alimenta a minha alma, me impulsiona. Há quem diga que é bobeira de menina, uma certa inocência, talvez uma ilusão. Talvez. Que seja! Eu não quero fugir da minha natureza, ter uma nova identidade. Eu quero de volta o meu brilho no olhar, quero me sentir em casa novamente, quero ouvir o som do meu belo idioma na rua. Quero conviver com pessoas ricas de espírito, com senso de humor. E nada disso vende aqui. A vida é mecânica e previsível. Fútil e materialista. Miserável. Você é a BMW que você dirige, o óculos Gucci que você tem na cabeça, o pó que você cheira. E eu não vou colocar meus sonhos e desejos numa prateleira de supermercados. Não vou trocar a minha juventude por algumas notas verdes! E ponto final.

sexta-feira, novembro 16, 2007

Não é nenhuma Brastemp não...

"Estou lavando roupa neste momento. Enquanto acompanho atráves da janelinha da máquina de lavar as minhas roupas remexendo de um lado para o outro em meio de água e sabão, compro um pacotinho de cookies e uma lata de coca-cola, naquelas máquininhas 'super-poderosas', onde você coloca algumas moedinhas e escolhe o biscoito e a bebida que você quiser.
Tem máquininha para comprar sabão também. E tem também a máquininha de trocar notas por moedas. Não para de entrar e sair gente da lavanderia. O lugar é grande, tem dezenas de máquinas de lavar de um lado, e outras dezenas de secar do outro lado. Ninguém fala com ninguém. As pessoas mal se olham.
Para passar tempo e quebrar o tédio escrevo essas linhas.
Lembro-me do último domingo que passei no Rio de janeiro. Passei o dia inteiro na praia de Ipanema. Sozinha. Bom, eu e a skoll. Caminhei até o Arpoador, apreciando o fim da tarde. Era um belo dia na Cidade Maravilhosa. Sol. Alegria. Início de verão. Linda paisagem.
Voltando para casa, peguei um ônibus até a Praça Mauá. O centro da Cidade estava deserto naquele dia. Ainda na Praça Mauá, sentei-me numa esquina, num meio-fio, enquanto esperava o ônibus para Nilópolis. E dali vi o lado feio do Rio. Vi a miséria. Vi a descompaixão. Vi o que ninguém vê. Ou melhor, vi o que todo mundo finge não ver.
Enquanto ainda morava no Rio, eu frequentava uma faculdade no centro da Cidade, e eu andava por aquelas ruas às 7h da manhã, às 2h da tarde, e muitas vezes às 10h da noite. Não importava a hora do dia, eu sempre cruzava com mendigos, crianças de rua, 'trombadinhas', que faziam-me apertar o passo e até mesmo atravessar a rua para trocar de calçada. A gente não olha, não encara. É bem mais fácil desvencilhar o caminho. Desviar a realidade.
Porém, naquela tarde de domingo eu não escapei da realidade. Era eu encarando a pobreza, encarando a miserável vida daquelas pessoas na minha frente. Bem ali na minha frente. Fiquei um bom tempo observando. Vi uma criança segurando um bebê que repetia a mesma coisa para todo mundo que passava perto "tia, tia, tem um trocado?". E ninguém ouvia. Ninguém via.
É muito mais conveniente ignorar do que pensar na profundeza do problema. É muito mais fácil desviar o caminho e pensar que você não tem nada haver com aquela situação. Afinal, você paga impostos e vota a cada eleição. Não é seu dever dar esmolas. Não é seu dever deitar a cabeça no travesseiro e pensar que tem milhares de pessoas lá fora passando fome, morando debaixo de pontes e viadutos. Pessoas essas, que têm como destino a criminalidade. A CRIMINALIDADE. Talvez, seja essa a única escolha que elas têm na vida. O que é certo e errado? Quem vai ensiná-las? A mãe que cresceu no mesmo meio? Ou o pai que segura um canivete para ganhar uns trocados?
Precisamos aprender o que é ser cidadão brasileiro. Não. Não estou falando em vestir a camisa verde e amarela, colocar a mão no peito e cantar o hino nacional de quatro em quatro anos."
* *
As fotos foram tiradas por mim. Naquele fim de tarde de domingo. As crianças as quais eu me referia estavam em uma outra esquina, há poucos metros de distância. E a mulher das fotos estava grávida.
Recomendação: ASSISTA o documentário do Ônibus 174!!!