terça-feira, dezembro 12, 2006

Lula, o Bobo da Corte.

Antes mesmo de chegar ao Brasil, já havia decidido que não queria estar no Brasil, e acabei comprando minha passagem de volta para cá. E, de fato, quando cheguei ao Rio tive certeza de que nao ficaria por lá.
A primeira sensação que eu tive foi a pior, foi horrível. Desencanto total. E vou explicar porquê. Quando a gente está vivendo fora do Brasil, desperta um patriotismo absurdo, pelo menos na grande maioria das pessoas, e é um amor tão incondicional pelo nosso país, que nos faz colocar os problemas de lado, ressaltando as coisas boas e belas. A saudade das pessoas, dos lugares, da comida, do clima, do tempero que faz o Brasil um lugar encantador, te enfeitiça e te cega (de certa forma), e a partir daí a gente veste a camisa e bate no peito ao falar do Brasil. Eu defendo meu país com unhas e dentes, ai de quem falar um ai do Brasil. Viro fera.
No dia em que cheguei pude ver o quanto o país estava sendo mal tratado, o quanto continuava sendo mal tratado, tanta pobreza, tanta corrupção, e o pior de tudo, tanto descaso. Descaso da população, que esta cada vez mais acomodada.
O cenário político está um vexame, como sempre foi. E as pessoas se acostumaram. A maior prova disso foi dada na reeleição do PT. O partido que mais iludiu o povo, que encheu "nossos pobres corações" de esperança, passou quatro anos enchendo os bolsos e cuecas de dinheiro, transformando a política num verdadeiro circo e o presidente Lula em o Bobo da Corte.
E o povo? Aplaude. Caiu no conformismo miserável. "Ahhh a divida com o FMI não aumentou!". Que bom, quem bom não, que ótimo. Isso não foi um favor não. Porém, nada me irritava mais do que ouvir "pelo menos temos o bolsa familia, né?". Gente, pelo amor de Deus, vamos viver de esmolas ate quando? O presidente é capaz de fazer muito mais pelo seu país. "Ahh mas todo mundo rouba, um a mais outro a menos não faz diferença...". É claro que faz. Roubou? Enganou? A gente tira o poder uma, duas, três, quantas vezes forem necessárias, até aparecer um decente. O maior problema do Brasil é a impunidade.
Meu voto foi para o Alckmin, e confesso que não tive a menor pretensão em achar que ele seria a melhor solução para o governo federal. Mas de qualquer forma, meu voto significou mesmo um NãO bem grande ao PT.
Enfim, não era nada disso o que queria falar. Queria ter falado sobre as coisas boas. Do charme e do encanto do Rio. E da saudade que me acompanhou no caminho de volta para Nova York. Mas isso deixo para outro dia. Quero contar como o Rio me seduziu na última hora.
Por enquanto, vou me contentando em dormir no sofá velho na casa de colegas.

sábado, dezembro 09, 2006

"Independente sem deixar de ser mulher"

Uma música que não me sai da cabeça.
"Todo dia ela faz tudo sempre igual
e sacode às 6 horas da manhã
me sorri um sorriso pontual
e me beija com a boca de hortelã
...
Seis da tarde como era de se esperar
Ela pega e me espera no portão
Diz que tá muito louca pra beijar
E me beija com a boca de paixão"
Adoro essa música. Desde sempre. Principalmente porque me lembra uma epóca ótima, quase perfeita. Um cenário lindo, uma companhia boa, um momento gostoso.
Mas enfim, será que essa mulher existe ainda ? Ou melhor, será que o homem gostaria que ela existisse hoje em dia?
Ouve-se falar muito na tal da Cinderella moderna, aquela que arregaça as mangas e vai a luta. Que estuda, trabalha, trabalha, trabalha, estuda, trabalha, e ainda assim é a Dona da casa. Papel importante na família. Longe de ser feminista, bem longe mesmo, as mulheres comandam sempre, concorda? Elas se superam cada vez mais. Muitas conseguem se suceder bem no trabalho, se qualificar tanto quanto ao homem, ser dona-de-casa, e ainda ter o encanto que (quase) toda mulher tem. Afinal, qual o homem que resiste ao ter uma mulher deitada em seu peito, ou ao vê-la soltando o cabelo, ou ao ver os pés dela dando aquela levantadinha básica e espontânea após um beijo ?
Enquanto estava no Brasil, uma coisa que eu adorava fazer era assistir propaganda, que diga-se de passagem está entre as três melhores do mundo. E a campanha que eu mais gostei foi a da Seda "Me olha. Me olha de novo." A Seda, como sempre Top of Mind, acertou em cheio nessa campanha. Fácil é ser olhada, difícil é continuar sendo olhada pela mesma pessoa. E nossa, como nós, mulheres, sofremos com isso. Chamar a atenção de um mesmo homem sempre não é tarefa para qualquer uma não heim. Eu espero conseguir um dia...
Outra propaganda que eu achava o máximo era aquela que a mulher estava na cozinha preparando um jantar, enquanto o namorado (ou marido) está na sala lendo um jornal, nisso mostra ela abrindo uma lata de azeitonas (eu acho), daí ela se toca, fecha a lata, vai ate a sala e pede ao homem que abra a lata. Depois que ele abre, ela retorna para a cozinha e ele solta um risinho do tipo "o que seria dela sem mim?". E se sente super útil. E a propaganda acaba assim: "Independente. Sem deixar de ser mulher." Muito boa. A propaganda é antiga, refere-se a uma revista feminina.
Eu confesso, eu SUPER preciso de um homem para abrir latas para mim. Especialmente latas de leite condensado. E nem é charme não, viu ? Tenho bloqueio para abrir latas, demoro um século. Daí é sempre bom ter um homem por perto.
Esses dias estávamos, eu e meus amigos, discutindo sobre machismo, sobre o papel do homem, etc. Quem me conhece sabe o quanto sou machista. Homem tem que ser cavalheiro. Saber tratar uma mulher como uma dama, abrir a porta para ela passar, entre outras coisas.
Tá difícil encontrar mulher como aquela da música, e tá mais difícil ainda encontrar homem que mereça mulher como aquela. Eu adoraria ser aquela figura, com exceção do fato de acordar às 6 da manhã.
Que eu encontre um homem um tanto preguiçoso quanto eu... Que fique embaixo do cobertor por horas e horas...