terça-feira, março 20, 2007

A vida em Los Angeles

Cidade dos sonhos. Cidade dos Anjos. Cidade do Brilho, das Estrelas, do Glamour. Cidade do vício. Cidade das compras, das Mercedez conversíveis, das mansões. Cidade da ostentação, do status. Cidade apaixonante, e traiçoeira.
A (minha) vida em Los Angeles não se passa nas mansões de Beverly Hills, nem em nenhum espetáculo de Hollywood. Não dirijo nenhum conversível, aliás, nem carteira de motorista tenho ainda.
Vivo uma relação de amor e ódio com esta cidade. Ela me encanta e me maltrata. Me acolhe e me vomita.
E como eu sou uma pessoa de extremos, ou eu quero muito ficar, ou eu quero desesperadamente ir embora.
Tudo tem sido triplamente difícil. Cansativo. Exaustivo.
Sozinha eu cheguei aqui, sozinha estou até hoje. Sozinha literalmente. Sem famiíia, sem amigos, sem namorados, sem os quebra-galhos (hahaha), enfim, sem afeto, sem ser mimada, sem qualquer relação com qualquer pessoa.
Depois de ter brincado de casinha e trabalho em Connecticut, pensei que fosse tirar de letra qualquer outra coisa que viesse adiante. Sinceramente, não tem sido nada fácil. Tenho passado por poucas e boas. As despesas enormes, o salário não-tao-alto, a relação de trabalho, o trabalho de verdade, preconceito por ser sul-americana, e muitas outras coisas.
Consegui emprego na minha primeira semana em LA. Mas confesso, penso em pedir demissão desde o primeiro dia de trabalho. É um restaurante bem legal, bem sofisticado. Mas cada dia que eu trabalho lá eu odeio mais e mais.
O que não me faz sair de la é o seguinte pensamento, é a primeira vez que eu trabalho de verdade, que cumpro horários e ordens, se eu desistir é como se eu estivesse fugindo do primeiro obstáculo, entende? Por isso eu respiro fundo e sigo em frente.
A normalidade e a rotina me pegaram de jeito dessa vez.
Meu sorriso anda mecânico, meus olhos sem brilho, meus surtos sao paranóicos.
Não tenho estória boba ou engraçada para contar.
Ando triste.
Chorando frequentemente.
*****